quinta-feira, 6 de junho de 2013

Depoimento de Inez Sassá Carvalho

Bem pessoal, não tenho muito a dizer em relação à leitura, mais precisamente às experiências e/ou contato nessa área. O que posso dizer é que em relação aos estudos de um modo geral, meus pais sempre incentivaram, tanto a mim quanto a meus irmãos, além é claro, de possuírem o dom de despertar as nossas imaginações com as histórias que contavam. Éramos em 14 sendo que eu era a 13ª (três são falecidos). Morávamos no interior do Paraná, em um sítio, as escolas eram no formato rural, ou seja, cada sala atendia quatro séries ao mesmo tempo. As cartilhas- únicos material fornecido- continham pequenos trechos de algumas obras, lembro-me da 1ª estrofe da canção do exílio (Gonçalves Dias) , que era insistentemente recitado.  Mas tem algo que merece ser rememorado e compartilhado: Como já disse anteriormente, tenho uma família grande e o pouco que meus pais conseguiam com a plantação e colheita era alimentar toda essa prole, assim não sobrava nada para investir em livros. Acontece que todas as noites, no “terreiro” meus pais sentavam conosco nos bancos de madeira e acompanhava a realização das lições de casa. Quando todos terminavam, começava “a diversão”: a contação de histórias que tinham como protagonistas lobisomens, mula-sem-cabeça, Saci-Pererê, dentre outros. O primeiro livro que realmente li na íntegra, foi “o menino do dedo verde”. Eu já tinha 12 anos de idade e estava na 6ª série, pois fora solicitado em um trabalho escolar. Depois, na faculdade e mais alguns solicitados por professores em outros cursos que participei. Hoje, por mais que me interesse e saiba da necessidade de se adquirir hábitos de leitura e escrita, não possuo tempo suficiente, pois tenho dois cargos, necessários para a minha sobrevivência e de minha família (marido e dois filhos), além dos demais afazeres próprios de dona de casa, esposa e mãe.

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